Mais de 100 Auditores de Justiça angolanos em formação para suprir carência de magistrados

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O Instituto Nacional de Estudos Judiciários (INEJ) de Angola vai formar mais de 100 Auditores de Justiça no âmbito do Curso Especial de Formação Judiciária, lançado hoje e que visa “suprir a carência” de magistrados no país.
O curso, que tem a duração de 12 meses, até 03 de Setembro de 2019, segundo o INEJ, é dirigido aos auditores de Justiça que não foram considerados aptos nos Cursos Regulares de Formação Inicial de Magistratura e nos Cursos de Formação Judiciária de anos anteriores.
A formação, que integra igualmente assessores dos Tribunais Superiores e da Procuradoria-Geral da República (PGR) de Angola, é considerada pela directora-geral do INEJ, Luzia Sebastião, um “curso de natureza especial, pela qualidade dos participantes e critérios de ingresso”.
“Este curso faz parte da rotina do trabalho do INEJ, embora apresente características que o tornam especial. A primeira é a sua composição. Vêm frequentá-lo auditores que, em cursos anteriores, não obtiveram aproveitamento na fase curricular ou na de estágio”, disse, na sessão oficial de abertura.
Por sua vez, o ministro da Justiça de Angola, Francisco Queirós, considerou que, face à conhecida carência de magistrados da magistratura judicial e do Ministério Público, o curso constitui um “passo importante no quadro da reforma” da Justiça e do Direito em Angola.
Para o governante, com a preparação de infraestruturas para a criação no país dos Tribunais de Comarca e da Relação, é indispensável a formação de recursos humanos, sobretudo em função das vagas que daí resultarem.
“Este curso vem completar este esforço de materialização da reforma da justiça e do direito. Trata-se de um curso que tem características especiais, mas é um momento muito importante no quadro da reforma da justiça e dos direitos”, afirmou.
Questionado sobre a relevância da criação dos Tribunais de Comarca e os de Relação, previstos, numa primeira fase, para as províncias de Luanda e Benguela, no início do ano judicial de 2019, Francisco Queirós apontou a “proximidade e celeridade” como ganhos para os cidadãos.
“Actualmente temos os tribunais provinciais, mas mudou-se para o conceito de Tribunal de Comarca, que estará mais próximo dos cidadãos e vai acompanhar também o processo da reforma da administração do Estado nas autarquias”, explicou.
O Tribunal da Relação, acrescentou, vai trazer vantagens por “diminuir a carga que neste momento o Tribunal Supremo tem. Os tribunais de base também recorrem ao Supremo e, com os Tribunais da Relação, também poderão recorrer se estiverem em desacordo”, sublinhou.
O Curso Especial de Formação Judiciária a Auditores de Justiça, com a duração de um ano, está subdivido em duas fases, sendo seis meses para as aulas curriculares, nas instalações do INEJ, em Luanda, e os outros seis meses para o estágio.
Do plano curricular académico constam matérias profissionais como Jurisdição Cível e Administrativa, Justiça Constitucional e Direitos Humanos, Língua Portuguesa e Redacção Oficial, Custas Judiciais, Jurisdição Penal e de Execução de Penas entre outras.
Mais de 100 Auditores de Justiça angolanos em formação para suprir carência de magistrados Mais de 100 Auditores de Justiça angolanos em formação para suprir carência de magistrados Reviewed by Lucros Digitais on setembro 04, 2018 Rating: 5

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